ÍCONE - termo grego que significa semelhança. É uma imagem móvel de Jesus, Maria, um santo ou uma cena sacra, sobre madeira, segundo uma técnica própria e tradições especiais, no intuito de mostrar uma realidade espiritual.

O Ícone não é uma imagem para enfeitar os lugares de oração, mas é um poderoso elemento de devoção que nos ajuda a alcançar nossa vocação cristã.

11/07/2012

Trabalho da Theotókos

Ressuscitado que passou pela Cruz, ícone de 2m de altura feito para Comunidade Católica Shalom de Curitiba

Trabalho sendo feito após aplicar a imagem na madeira

Ícone pronto

Já no presbitério preparado para a Missa

 Ícone dos 3 Mistérios de Maria (Esposa do Espírito, Porta do Céu e Rainha da Paz), também para a Comunidade Católica Shalom de Curitiba.

“O ícone religioso é uma janela que se abre para a eternidade”


Em seu escritório nos Estados Unidos, o Padre Richard Cannuli revive a antiga tradição da elaboração de ícones e mosaicos, ensinada a seus alunos universitários da Universidade de Villanovam, na Pensilvânia.

Em uma entrevista concedida a CNS durante um seminário realizado em Roma, o religioso agostiniano e artista sacro falou sobre o significado espiritual desta antiga arte: "O processo de fazer um ícone é como uma viagem espiritual e uma reflexão sobre a vida cristã", afirmou.

Padre Richard trabalhando em seu ateliê
"O ícone é pintado em madeira, que representa a árvore do jardim do paraíso, a Arca de Noé e a madeira da árvore na qual Cristo foi crucificado", explicou.

Os materiais naturais correspondem a uma tradição de séculos que permaneceu inalterada. "É como representar a criação", expôs o artista enquanto umidecia com seu sopro a madeira, "quando Deus exalou a vida sobre Adão, um nome que vem do árabe "adeem", "pele da terra", ou argila.

Sobre esta argila umidecia é estendida a fina lâmina de ouro que se adere ao material. "O ouro representa o Espírito de Deus que entra no ícone", acrescentou o Padre Cannuli, explicando que são necessários 22 passos e muito tempo para completar a obra.

"Uma coisa que se aprende é a paciência. (...) Os estudantes perguntam, "que posso fazer agora?". Normalmente lhes respondo que podem rezar ou ler". O processo não pode ser acelerado e requer esperar que certos materiais sequem apropriadamente. Um ícone pequeno pode requerer umas 40 horas de trabalho distribuídas em 15 dias.

Este ritmo diferente de trabalho permite descobrir seu verdadeiro significado, segundo comentou o Padre Cannuli: "Quando trabalhas com um ícone, há uma comunicação estreita entre tu e o protótipo da imagem que estás pintando". Um mestre inconográfico russo lhe disse que devia orar à pessoa que era retratada (Jesus, a Virgem Maria, um santo) para consultar-lhe todo, desde a cor que se deve usar no quadro até a vocação e a coerência de vida pessoal do artista.

Quando o ícone é terminado, o sacerdote o abençoa e o esfrega com azeite, em uma clara simbologia sacramental: "o confirma, o unge", descreve o Padre Cannuli, comparando este passo à maturidade da fé que deve lograr o católico. Na arte tradicional da elaboração de ícones evitam-se os estilos pessoais e toda forma de notoriedade do artista. O ícone não é firmado e só se escreve sobre ele o nome do santo ou a invocação retratada. "Não tem nada a ver com o pintor individual", afirmou o Padre Cannuli. "É como se você deixasse ir o controle e permitisse que Deus criasse".

O artista tenta servir de instrumento invisível para a obra espiritual. Segundo explicou o religioso agostiniano, o processo usa sempre os mesmos materiais e a mesma técnica. Os modelos nunca são imaginados pelo artista, mas correspondem a réplicas de figuras antigas de grande tradição. Os ícones são venerados, mas não são adorados, esclareceu o Padre Cannuli, e considera-se que atuam como canais da graça de Deus.

Cada pessoa retratada no ícone expõem, sem exceção, uma de suas orelhas de espectador, comentou o sacerdote, simbolizando que "o modelo que está sendo retratado pode escutar tuas orações e levá-las ao Pai". Da mesma forma como um moderno ícone religioso também nos transporta a outro mundo por detrás da imagem. Nas palavras do religioso, o ícone "é uma janela que se abre a eternidade".

O Padre Cannuli ensinou Artes na Universidade de Villanova, Pensilvânia, durante 33 anos, 13 dos quais os dedicou a elaboração tradicional de ícones religiosos. O sacerdote encontra-se atualmente em um ano sabático que tem utilizado para ministrar palestras em várias cidades européias.

Fonte: Gaudium Press

12/07/2011

Oratório em casa


Quando eu era criança era muito comum ver nas casas de famílias católicas imagens de santos e crucifixos nas salas e nos quartos. Acho que aqueles que já passaram dos trinta como eu vão se recordar disso.

Hoje as casas costumam ser bem mais "clean", e algo muito importante se perdeu. O oratório da família. Pense em quantas casas você entra hoje e vê um local específico preparado para que as pessoas da casa se reunam e orem juntas. São poucas não é mesmo? Nós centralizamos nossas casas em torno de outras coisas, a decoração ou a televisão... Não digo que seja fácil montar um oratório nesses apartamentos minúsculos que constroem hoje, mas é possível e digo isso por ter amigos que o fizeram.

O oratório não precisa ser aquela "penteadeira" da vovózinha, cheia de bugigangas em cima. O que é necessário é um crucifixo, Pantocrator ou Santíssima Trindade (a presença do Deus a quem oramos), um ícone Mariano ou de algum santo de sua devoção (a quem pedimos intercessão) e uma vela. Como nosso dia é corrido e não podemos permanecer em frente ao oratório o dia todo, a vela é sinal da nossa presença para que a intercessão continue, por isso ela deve ser acesa no ínicio de nossa oração e deve permanecer acesa mesmo quando já nos retiramos para nossos afazeres (só não deixem a vela acesa durante a noite ou sem ninguém em casa). Outra necessidade no oratório é uma Bíblia, pois a palavra de Deus deve ser presente em nosso dia-a-dia.

Eu disse que devemos ter ícones no nosso oratório, porque o blog é sobre eles, mas nada te impede de ter imagens de gesso ou as que você goste; lembrando que o ícone não é uma mera pintura e sim uma escritura do "invisível", então ele é mais apropriado para um oratório.

Afinal de contas somos católicos, e não só nossas vestes, nosso comportamento, mas também nossa casa deve mostrar isso.

Shalom

Djane.

09/07/2011

Trabalho da Theotókos

Capela da Comunidade Católica Shalom em Curitiba


Ícone da Santíssima Trindade (de Andrei Rublev), e ícone mariano Kekaritomene.

Detalhe do altar - Sarça Ardente.

05/07/2011

Minha "breve" história

Geralmente as pessoas não conseguem ver "de cara" a beleza que eu enxergo nos ícones. E entendo, é claro.
Meu primeiro contato com ícones foi no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Durante minha infância minha mãe participava das novenas lá, e levava a mim e minhas irmãs com ela. Eu achava tudo estranho, o que é normal para uma menina de 5 ou 6 anos, mas o que mais me intrigava era o momento da benção com o ícone pois eu não entendia o que um "quadrinho" poderia fazer. Mas eu o olhava de longe e o achava bonito, pequeno comparado ao grande quadro na parede, mas assim mesmo muito bonito.
Depois disso fui ter um novo encontro com ícones quando a Comunidade Católica Shalom entrou na minha vida. Lá eu me encontrei com o crucifixo de São Damião (aquele que falou com São Francisco), e o achei belíssimo. Conheci também tantas outras "imagens", que me ajudaram a estar mais próxima de Deus, pois este é o seu papel, trazer o céu para nós; pelo menos para mim é assim.
Acredito que outras pessoas também tiveram experiências pessoais com ícones, e gostaria de pedir para que dividam isto conosco. Podem postar como comentários ou se preferirem podem enviar para mim como e-mail que eu retransmito.

Djane Brandalise

26/01/2011

O Ícone

Origem

No Antigo Testamento Deus tinha proibido a reprodução da sua imagem, por causa disso, a Divindade do Senhor só era retratada através da arte decorativa, em especial, a uma forma geométrica. Com a encarnação do Filho de Deus, tornou-se possível retratar o Deus invisível, uma vez que Aquele é não apenas o Verbo, mas também a Sua imagem. Dessa forma, o ícone retrata não uma imagem inacessível à vista, mas uma pessoa real.

O fundamental e primeiro ícone é, portanto, a Face de Cristo que exprime, através da imagem o dogma do Concilio de Calcedônia: “O ícone não representa tão somente a natureza Divina, nem só a natureza humana de Cristo, mas representa a sua pessoa, a pessoa de Deus-Homem que reúne em si sem mistura nem divisão as duas naturezas.”

Uma vez retratado o Deus invisível, passou-se a retratar também a Mãe de Deus e os santos porque assumindo a natureza humana, o Filho de Deus renova no homem a imagem obscurecida
Uma tradição muito difundida atribui os primeiros ícones a São Lucas que, admitida a sua intimidade com a Mãe de Deus ainda viva, tendo levado a Ela para que a reconhecesse e desse poder para salvar a quem o venerasse.

Significado do termo

A palavra ícone deriva do termo grego “eikom” que significa “imagem”. Todavia na historia da arte e na linguagem comum a palavra ícone é reservada a uma pintura de gênero sagrado executada sobre madeira com uma técnica peculiar e segundo tradição transmitida pelos séculos tem forte caracter sobrenatural, sua pátria é o Oriente Bizantino.

Os ícones são chamados imagens do invisível pelo fato de retratarem a realidade espiritual. Representam Jesus Cristo, a sua Mãe de Deus, os anjos, os santos e os outros temas religiosos , o ícone não é o resultado de uma instrução ou da impressão do artista ele é fruto de uma tradição, uma obra profundamente meditada, não é um quadro, nele vem representado não aquilo que o pintor tem diante dos olhos, mas um protótipo a que ele deve ater-se. A veneração do ícone deriva da veneração do protótipo.

Significado Espiritual

Podemos dar ao ícone 4 “características” que a profundam e enriquecem o misticismo que o envolve. A primeira é o de que o ícone é canal de graça com virtude santificadora, uma vez que, depois de bento, torna-se um sacramental, sinal da graça eficaz por causa dos poderes e da oração da Igreja, é auxilio na vida espiritual; o ícone torna presente a pessoa que o representa, graças a semelhança com o seu protótipo (semelhança aprovada pela Igreja); o ícone é lugar de encontro, quanto mais o fiel olha os ícones, mais recorda daqueles que ali estão representados e se esforçam por imitá-los; por fim, temos a certeza de que o ícone é uma janela para a eternidade. Saindo do mundo sensorial, que se atém ao belo e as suas paixões, pode-se mergulhar no ícone aponto de não mais olhar, mas deixar-se ser olhado por ele, e dessa forma ser iluminado pela fé e conduzido ao mundo do Espirito.

Fonte: http://www.comshalom.org/formacao/liturgia/icones.html