ÍCONE - termo grego que significa semelhança. É uma imagem móvel de Jesus, Maria, um santo ou uma cena sacra, sobre madeira, segundo uma técnica própria e tradições especiais, no intuito de mostrar uma realidade espiritual.

O Ícone não é uma imagem para enfeitar os lugares de oração, mas é um poderoso elemento de devoção que nos ajuda a alcançar nossa vocação cristã.

12/07/2011

Oratório em casa


Quando eu era criança era muito comum ver nas casas de famílias católicas imagens de santos e crucifixos nas salas e nos quartos. Acho que aqueles que já passaram dos trinta como eu vão se recordar disso.

Hoje as casas costumam ser bem mais "clean", e algo muito importante se perdeu. O oratório da família. Pense em quantas casas você entra hoje e vê um local específico preparado para que as pessoas da casa se reunam e orem juntas. São poucas não é mesmo? Nós centralizamos nossas casas em torno de outras coisas, a decoração ou a televisão... Não digo que seja fácil montar um oratório nesses apartamentos minúsculos que constroem hoje, mas é possível e digo isso por ter amigos que o fizeram.

O oratório não precisa ser aquela "penteadeira" da vovózinha, cheia de bugigangas em cima. O que é necessário é um crucifixo, Pantocrator ou Santíssima Trindade (a presença do Deus a quem oramos), um ícone Mariano ou de algum santo de sua devoção (a quem pedimos intercessão) e uma vela. Como nosso dia é corrido e não podemos permanecer em frente ao oratório o dia todo, a vela é sinal da nossa presença para que a intercessão continue, por isso ela deve ser acesa no ínicio de nossa oração e deve permanecer acesa mesmo quando já nos retiramos para nossos afazeres (só não deixem a vela acesa durante a noite ou sem ninguém em casa). Outra necessidade no oratório é uma Bíblia, pois a palavra de Deus deve ser presente em nosso dia-a-dia.

Eu disse que devemos ter ícones no nosso oratório, porque o blog é sobre eles, mas nada te impede de ter imagens de gesso ou as que você goste; lembrando que o ícone não é uma mera pintura e sim uma escritura do "invisível", então ele é mais apropriado para um oratório.

Afinal de contas somos católicos, e não só nossas vestes, nosso comportamento, mas também nossa casa deve mostrar isso.

Shalom

Djane.

09/07/2011

Trabalho da Theotókos

Capela da Comunidade Católica Shalom em Curitiba


Ícone da Santíssima Trindade (de Andrei Rublev), e ícone mariano Kekaritomene.

Detalhe do altar - Sarça Ardente.

05/07/2011

Minha "breve" história

Geralmente as pessoas não conseguem ver "de cara" a beleza que eu enxergo nos ícones. E entendo, é claro.
Meu primeiro contato com ícones foi no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Durante minha infância minha mãe participava das novenas lá, e levava a mim e minhas irmãs com ela. Eu achava tudo estranho, o que é normal para uma menina de 5 ou 6 anos, mas o que mais me intrigava era o momento da benção com o ícone pois eu não entendia o que um "quadrinho" poderia fazer. Mas eu o olhava de longe e o achava bonito, pequeno comparado ao grande quadro na parede, mas assim mesmo muito bonito.
Depois disso fui ter um novo encontro com ícones quando a Comunidade Católica Shalom entrou na minha vida. Lá eu me encontrei com o crucifixo de São Damião (aquele que falou com São Francisco), e o achei belíssimo. Conheci também tantas outras "imagens", que me ajudaram a estar mais próxima de Deus, pois este é o seu papel, trazer o céu para nós; pelo menos para mim é assim.
Acredito que outras pessoas também tiveram experiências pessoais com ícones, e gostaria de pedir para que dividam isto conosco. Podem postar como comentários ou se preferirem podem enviar para mim como e-mail que eu retransmito.

Djane Brandalise

26/01/2011

O Ícone

Origem

No Antigo Testamento Deus tinha proibido a reprodução da sua imagem, por causa disso, a Divindade do Senhor só era retratada através da arte decorativa, em especial, a uma forma geométrica. Com a encarnação do Filho de Deus, tornou-se possível retratar o Deus invisível, uma vez que Aquele é não apenas o Verbo, mas também a Sua imagem. Dessa forma, o ícone retrata não uma imagem inacessível à vista, mas uma pessoa real.

O fundamental e primeiro ícone é, portanto, a Face de Cristo que exprime, através da imagem o dogma do Concilio de Calcedônia: “O ícone não representa tão somente a natureza Divina, nem só a natureza humana de Cristo, mas representa a sua pessoa, a pessoa de Deus-Homem que reúne em si sem mistura nem divisão as duas naturezas.”

Uma vez retratado o Deus invisível, passou-se a retratar também a Mãe de Deus e os santos porque assumindo a natureza humana, o Filho de Deus renova no homem a imagem obscurecida
Uma tradição muito difundida atribui os primeiros ícones a São Lucas que, admitida a sua intimidade com a Mãe de Deus ainda viva, tendo levado a Ela para que a reconhecesse e desse poder para salvar a quem o venerasse.

Significado do termo

A palavra ícone deriva do termo grego “eikom” que significa “imagem”. Todavia na historia da arte e na linguagem comum a palavra ícone é reservada a uma pintura de gênero sagrado executada sobre madeira com uma técnica peculiar e segundo tradição transmitida pelos séculos tem forte caracter sobrenatural, sua pátria é o Oriente Bizantino.

Os ícones são chamados imagens do invisível pelo fato de retratarem a realidade espiritual. Representam Jesus Cristo, a sua Mãe de Deus, os anjos, os santos e os outros temas religiosos , o ícone não é o resultado de uma instrução ou da impressão do artista ele é fruto de uma tradição, uma obra profundamente meditada, não é um quadro, nele vem representado não aquilo que o pintor tem diante dos olhos, mas um protótipo a que ele deve ater-se. A veneração do ícone deriva da veneração do protótipo.

Significado Espiritual

Podemos dar ao ícone 4 “características” que a profundam e enriquecem o misticismo que o envolve. A primeira é o de que o ícone é canal de graça com virtude santificadora, uma vez que, depois de bento, torna-se um sacramental, sinal da graça eficaz por causa dos poderes e da oração da Igreja, é auxilio na vida espiritual; o ícone torna presente a pessoa que o representa, graças a semelhança com o seu protótipo (semelhança aprovada pela Igreja); o ícone é lugar de encontro, quanto mais o fiel olha os ícones, mais recorda daqueles que ali estão representados e se esforçam por imitá-los; por fim, temos a certeza de que o ícone é uma janela para a eternidade. Saindo do mundo sensorial, que se atém ao belo e as suas paixões, pode-se mergulhar no ícone aponto de não mais olhar, mas deixar-se ser olhado por ele, e dessa forma ser iluminado pela fé e conduzido ao mundo do Espirito.

Fonte: http://www.comshalom.org/formacao/liturgia/icones.html